Olhos cortados
em camadas de acrílicos
caminhando no mesmo ritmo
das esferas
círculos e retas
se contrapõem
em seu caminho
e as mãos pressionam
magoando a madeira
em cadência racional
e ardente
rachando o rosto
com seus riscos contínuos
esculpindo realidades quotidianas
arrebatando e arrebentando a floresta
trazendo o medo que a cerca
para dentro de um limite
os pés afundando
voando dentro da terra
trabalho árduo de camponesa
com fecundos galhos
que se curvam
engravidar as formas
e parir sempre
avidamente parir
Márcia Theóphilo, 1971 Poesia dedicada a Maria Bonomi
Catalogo de Maria Bonomi Modulos Solombras
São Paulo, 1971
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